A palavra endodontia significa dentro (endo) do dente (dontia).
É o ramo da medicina dentária dedicado à patologia da polpa dentária. Esta é o órgão composto por nervos, vasos sanguíneos, etc. que se encontra no interior do dente (canais radiculares) e é vulgarmente conhecido, embora de forma errada, como “nervo”.
O tratamento endodôntico ou “desvitalização” como é vulgarmente conhecido consiste na desinfeção, preparação e conformação dos canais radiculares com recurso a instrumentos manuais e/ou mecânicos e produtos desinfetantes.
A finalização do tratamento faz-se com o preenchimento / obturação dos canais com um material próprio.
O retratamento endodôntico não cirúrgico é usado quando há fracasso de um tratamento endodôntico prévio.
Trata-se normalmente de um tratamento com uma dificuldade acrescida onde alguns problemas existentes no tratamento anterior podem não ser corrigíveis podendo ser necessário recorrer à microcirurgia endodôntica.
Médico Responsável:
Dr.ª Júlia Cabete
Dentes que tenham passado por um processo de desvitalização (tratamento endodôntico) são dentes aos quais é removida a polpa (tecido vital, com vasos sanguíneos e fibras nervosas) e por isso sofrem uma grande alteração estrutural, ficando fragilizados e mais propensos a fissurar ou até mesmo fraturar quando sofrem cargas mastigatórias. Estas duas situações são complicadas de solucionar – no caso das fraturas a nível da raíz, podem até ser impossíveis de solucionar -, sem considerar a extração dentária.
Por esta razão, idealmente, a reabilitação de dentes desvitalizados deverá reforçá-los estruturalmente, recobrindo a sua superfície com uma restauração que o abrace a 360º, promovendo a sua estabilidade e longevidade em boca. Esta restauração poderá ser um onlay/overlay, que recobrirá a parte superior do dente, ou uma coroa, que recobrirá toda a superfície do dente, nos casos em que os dentes desvitalizados estejam extensamente destruídos. Nos casos de dentes de menores dimensões e com grande destruição, com indicação para reabilitação com coroa, poderá ainda ser recomendada a colocação de um espigão – cone metálico ou de fibra de vidro cimentado dentro da raiz.
Em que material são confecionados onlays/overlays ou coroas?
Os onlays/overlays e coroas podem ser confecionados em resina composta ou em cerâmica. Em relação à resina composta, a cerâmica oferece uma maior resistência biomecânica ao dente.
Como se processa a colocação de um onlay/overlay ou coroa?
Esta restauração (onlay/overlay ou coroa) é realizada de forma indireta, isto é, não é realizada numa única consulta com o seu Médico Dentista. Na primeira consulta, o caso do paciente será avaliado e o Médico Dentista irá apresentar qual a melhor opção para reabilitar o dente em causa. De seguida, o dente será talhado de forma a receber uma restauração com as características adequadas e serão feitos moldes e é colocada uma restauração provisória que será usada até que a coroa definitiva esteja pronta. Os moldes são enviados para o laboratório, onde será confecionada a restauração.
Uma vez pronta, é enviada para o Médico Dentista que fará a prova da restauração sobre o dente preparado, de forma a verificar a sua adaptação. Quando a adaptação está aprovada, a restauração é então cimentada definitivamente sobre o dente do paciente. Ainda serão necessárias consultas de controlo para avaliar o estado da restauração e se a higiene oral do paciente é boa, pois é fundamental para o sucesso de qualquer tratamento dentário e para prevenir que outros tratamentos mais invasivos sejam necessários. Se o paciente colaborar com esta tal boa higiene oral – escovagem bidiária e higienização dos espaços interdentários com fio/fita dentária e/ou escovilhão interdentário-, este tratamento terá uma elevada longevidade.